Desafios do fazer de um projeto pedagógico vivo!
Por Dayse Lúcide*/
Todas as vezes que nos debruçamos sobre a reavaliação do
nosso trabalho várias dúvidas nos cercam. Esse texto é um convite para pensarmos
sobre isso. Considerando que os profissionais de educação atuantes num
determinado Campus têm a intencionalidade de adequar os projetos de curso, em
andamento, especialmente para o Ensino Médio Integrado, por onde esta equipe
poderia iniciar os seus trabalhos? Quais seriam os desafios diante de si? É
possível retirar o medo e a insegurança ao realizarmos um estudo dessa
natureza?
Você que nos lê nesse instante tem a plena certeza que não é
fácil, certo? Do mesmo modo, sabe também que não é impossível. Você tem a
consciência que o medo sempre nos acompanha, mas temos a confiança que o desejo
de acertar e fazer melhor supera, e muito, esse medo. Nessa lógica de
pensamento, vamos tentar rever o que estamos fazendo e perceber “onde e como”
necessitamos destinar maior atenção para alcançarmos uma educação de qualidade
no processo de ensinar a EPT de nosso IFNMG?
Com vistas a buscar sustentação para a nossa prática, é
imprescindível o apoio sobre alguns pilares, a saber: a formação
técnico-humanista é fundamental; a construção coletiva dos currículos, de
acordo com as necessidades da comunidade escolar e local; a integração do
ensino médio e técnico deve ser a maior possível, através de um projeto político-pedagógico
interdisciplinar; o desenvolvimento do ensino técnico deve transcender as
necessidades do mercado de trabalho e apoiar-se nos desafios do “mundo” do
trabalho; conteúdos ensinados de forma a não serem repetidos em áreas de
conhecimento afins; desenvolvimento de uma consciência coletiva voltada para a
cultura da ciência e tecnologia; e autonomia
para a escola técnica relacionar-se e interagir com a comunidade, socializando seus conhecimentos,
incorporando conhecimentos da comunidade .
Imbuídos dessas premissas, desenvolver uma metodologia de trabalho
clara, concisa, fundamentada em grupos de trabalhos que socializam seus
pensamentos e suas proposições, seus desafios e dúvidas, parece-nos ser um
caminho adequado para o estudo e revisão dos projetos pedagógicos do ensino
médio integrado.
Todavia, sabemos que isso não é suficiente! Precisamos
dialogar com outras instituições congêneres a nossa para melhor perceber os
seus desafios e as respostas elaboradas por eles. Essa ação nos fortalece para
encontrarmos o caminho que melhor estimula
a nossa criatividade para atender aos anseios da nossa realidade, além, é
claro, de nos dar a certeza que não estamos sós.
Soma-se a isso a compreensão de que nenhum projeto é eterno e
a sua “boniteza” reside exatamente na sabedoria de estarmos atentos aos seus
rumos e corrigir arestas que por ventura não foram percebidas na feitura do trabalho.
Lembremos: um projeto pedagógico é vivo e, por esta razão, caberão sempre os
atentos olhares da comunidade que o criou e daquela na qual o mesmo é aplicado,
com vistas ao sucesso do esforço coletivo para alcançar um ensino de qualidade.
Sigamos nessas conversas! Vamos dialogar?
*Profª Dayse Lúcide. Dra em História e encantada pela EPT.
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